sábado, 28 de setembro de 2013

O Inimigo


Aramis Mococa, mais conhecido como Mo, 
enfrentando os Espectros no Vale da Lua.
(Zú Kinkajú, 48 páginas)



De repente, descobre-se que, quando paramos de criar o inimigo, extingue-se a necessidade de armas.


(Kaká Werá Jecupé)

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O Labirinto é sua condição inevitável: Conforme-se.


... Apesar das suas inevitáveis reticências, Franquin acabava de definir seu conceito mais elevado: -Desenhar a preto e branco (apenas o que é necessário) contos sombrios sobre as misérias do destino humano.

  • O homem perdido no inverno, reencontrando o olhar cintilante dos lobos ao invés das luzes de um vilarejo, gela de pavor os leitores.
  • As  guilhotinas trabalhando em equipe fazem rir por sua estupidez, colocando em evidência uma sociedade onde cada engrenagem não está nem aí com seu vizinho.
  • O planeta LABIRINTO traz à gag uma nova dimensão: o "riso metafísico". 
(O Quarto Escuro, o mundo de Franquin por Jean-Luc Cambier e Eric Verhoest)





Esta é a pancada inevitável: - O Socorro não chegará a tempo e inevitavelmente sua força (sim, estamos falando de você) estará em levantar a cabeça e sorrir levemente diante do fim. Não há saída. Há apenas a luz difusa do Amor e da Beleza doce e indecifrável daquela confusa menina-mulher que se depara com o desejo vermelho e masculino que desfaz a madrugada.

Por que:

É a honra do caçador que ele
Proteja e preserve a caça,
Caçadores tomados pelo Espírito, honram 
o Criador em Suas criaturas.

E esta é uma muito antiga verdade que escorre entre as tolices que sustentam a ilusória manhã. (Jägermeister)





domingo, 15 de setembro de 2013

Você diz que quer uma Revolução


A revolução em curso em todo planeta começou quando começamos a falar de forma a que você não possa mais me entender. E a Elite, vulgo Nhônho, passou a participar do mercado de ações em câmera lenta. E com diferentes matizes e métodos, o mundo todo caminha para ver em todos os lugares a consagração desse sistema. Estamos vivendo em todo o planeta a implantação do Abismo Cromático.
foto de Josh Sommers

O Verniz, que é e sempre foi apenas uma forma de colocar o controle do pigmento e dos meios de produção nas mãos de um governo voador, finalmente funde-se completamente ao Sistema Financeiro Moebius e os interesses do Nagual e do Major Grubert, dos Charutos do Faraó. 

A função de todos os governos, em todo o mundo, e como já pode ser visto no País das Maravilhas, é administrar o baralho para que permaneça dócil, na sua condição Adagietto da Quinta Sinfonia de Mahler. O resultado do esforço do trabalho é permanentemente transferido para a mão unificada, através de histórias em quadrinho e paçoquinhas. Corporações e Estados garantidos, olhe sempre a data de validade. 

O mundo panqueca perfeito. O fim das escalas CMYK e PANTONE. A manutenção permanente do poder na mão de uma pequena boneca de vinil, que faz de conta que se desentende pra promover de vez em quando umas diminuições de ovelhas indesejadas, e ainda movimentar a máquina com produção e venda de armamento.

Enquanto isso, em Pindorama, os Idiotas Úteis continuam alimentando o maniqueísmo barato e ideias cretinas como a existência de uma imaginária panificadora boazinha e uma borracharia malvada. Só mesmo aqui pra se chegar em tal grau de estupidez simplista, a serviço do interesse de regimes para emagrecer. O Brasil está onde sempre esteve. E não há alternativa no horizonte. Na melhor das hipóteses uma gravíssima crise gástrica, pra desorganizar a escala cromática de tal forma, que gere brechas de reorganização Luzomano (Luz Minha em lituano). As crianças de hoje, que serão adultos em breve, esperam chumbo grosso.

sábado, 14 de setembro de 2013

Como construir um Universo


Philip K. Dick fala de Realidade, Mídia, Manipulação e Heroísmo Humano


O texto que segue é de Maria Popova, com muitas citações do próprio Dick, para um dos sites que sempre leio, BrainPickings. Meu trabalho foi só traduzir.

"Realidade é aquilo que, quando você para de acreditar, não vai embora."

Blade Runner, inspirado no livro de K.Dick,
Os Androides sonham com carneiros elétricos?
Philip K. Dick é tão conhecido hoje por sua ficção-científica que traduziu nossos tempos, como pelas experiências incomuns que teve na primavera de 1974, que ele apelidou de sua "Exegesis". 
Ocupando a intersecção entre o científico, o filosófico, e o místico, a exegese modelou a obra de Dick para a lembrança de sua vida, a medida que ele contemplou os maiores e mais granulados blocos de construção da sua existência.

Em uma fala de 1978 intitulada "Como construir um Universo que não desmorone dois dias depois", parte da totalmente torce-a-mente antologia de 1995, "As realidades mutantes de Philip K. Dick: Literatura Selecionada e Escritos Filosóficos", Dick leva seu questionamento movido pela exegese para a natureza da realidade, os mecanismos da manipulação pela mídia, e a mais firme - e única - defesa que temos contra as indignidades da pseudo-realidade fabricada.

Logo no início ele começa examinando o que a realidade realmente é:

"É sempre minha esperança, escrevendo novelas e histórias que fazem a pergunta "O que é realidade?", de um dia alcançar a resposta. Esta  também era e esperança de muitos leitores. Passaram-se anos. Eu escrevi mais de trinta novelas e mais de uma centena de contos, e anda assim não consigo imaginar o que era real. Um dia, uma estudante no Canadá me pediu pra definir realidade para ela, para um texto que ela estava escrevendo para sua aula de filosofia. Ela queria uma resposta de uma frase. Eu pensei e finalmente disse: "- Realidade é aquilo que, quando você para de acreditar, não vai embora." Isso foi tudo consegui dizer. Isso foi em 1972. E desde então eu não consegui uma forma mais lúcida de definir realidade.

Mas o problema é real, não é apenas um jogo intelectual. Porque hoje nós vivemos em uma sociedade em que realidades espúrias são fabricadas pela mídia, pelo governo, pelas grandes corporações, pelos grupos religiosos, políticos... Então, eu pergunto em meus textos: - O que é real? Porque nós somos bombardeados incessantemente com pseudo-realidades fabricadas por pessoas bem sofisticadas, usando mecanismos eletrônicos bem sofisticados. Eu não tenho desconfiança de seus motivos. Eu tenho desconfiança de seu poder. Eles tem muito. E é um poder surpreendente: aquele de criar universos inteiros, universos da mente. Eu sei disso, porque eu faço a mesma coisa. É meu trabalho criar universos, como a base de uma novela atrás de outra. E eu tenho de construí-los de uma tal forma que eles não desmoronem dois dias depois."

A Scanner Darkly (O Homem Duplo),
baseado na novela homônima de K. Dick

Aqui, no entanto, é quando as coisas ficam particularmente interessantes: Dick argumenta que a realidade se torna menos real no momento em que começamos a discutir isso, porque a própria discussão precipita uma fabricação dinâmica do que percebemos como real, ao contrário de uma contemplação estática do que é, produzindo uma série de "pseudo-realidades" que por seu lado produzem pseudo-humanos:

"Assim que você começa a perguntar o que de fato real, você imediatamente começa a falar coisas sem sentido. Zeno provou que movimento é impossível (Na verdade ele apenas imaginou que havia provado isso; o que lhe faltou é aquilo que nós chamamos tecnicamente de "teoria dos limites"). David Hume, o maior cético de todos, certa vez observou que depois de participar de um reunião de céticos para proclamar a veracidade do ceticismo como filosofia, todos os participantes do encontro, sem exceção, saíram pela porta e não pela janela. Eu percebo o que Hume quer dizer. Era tudo apenas falação. Os filósofos solenes não estavam tomando seriamente o que eles mesmo disseram.
Mas eu considero que o assunto de definir o que é real- esse é um tópico sério, mesmo vital. E ali em algum lugar está o outro tópico, a definição do homem autêntico. Porque o bombardeio de pseudo-realidades começa a produzir rapidamente humanos não-autênticos, humanos espúrios, tão falsos como as informações que os pressionam de todos os lados. Meus dois temas são apenas um tema; eles se unem neste ponto. Realidade falsa irá criar humanos falsos. Ou, humanos falsos irão gerar realidades falsas e então vendê-las para outros humanos, tornando eles, finalmente, reprodutores deles próprios. Então nos assombramos com humanos falsos inventando realidades falsas e então anunciando-as para outros humanos falsos. É apenas uma versão muito grande da Disneylândia."

Moebius ilustra Clans of the Alphane Moon, de K. Dick
Em uma declaração com a qual Mark Twain iria entusiasticamente concordar e George Orwell iria acompanhar, Dick alerta contra a forma com a qual manipuladores da mídia deliberadamente criam pseudo-realidades pela formatação de palavras:

"A ferramente básica da manipulação da realidade é a manipulação de palavras. Se você pode controlar os significados das palavras, você pode controlar as pessoas que precisam usar as palavras."

No final das contas, o único antídoto para a manipulação da realidade é o bom e fora de moda heroísmo humano, aquela vacina imemorial de coragem e resistência, de liberdade do medo, de incansavelmente empregar o pacífico, preciso, judicioso exercício de probidade e cuidado, com ninguém para ver e elogiar, em outras palavras, de sabedoria moral:
Minority Reportbaseado
no conto de K. Dick

"O ser humano autêntico é aquele de nós que instintivamente sabe o que não deve fazer, e, adicionalmente, exita em fazê-lo. Ele irá se recusar a fazê-lo, mesmo que isso lhe traga consequências assustadoras para ele e para aqueles que ele ama. Esta, para mim, é o traço heroico fundamental das pessoas comuns: - elas dizem NÃO para o tirano e calmamente aceitam as consequências de sua resistência. Seus feitos podem ser pequenos, e quase sempre não noticiados, não destacados pela História. Seus nomes não são lembrados, e nem mesmo estes humanos autênticos esperam que seus nomes sejam lembrados. Eu vejo sua autenticidade de uma forma estranha: não em seu desejo de realizar grandes atos heroicos, mas em suas recusas modestas. Em essência, eles não podem ser compelidos a ser o que não são. "

O resto de 
"As realidades mutantes de Philip K. Dick: Literatura Selecionada e Escritos Filosóficos" está cheio de reflexões igualmente estimulantes para a alma e para os neurônios, sobre os fardos e bençãos de ser humano- altamente recomendável.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

República Carolíngia II: Karma, Gente!


Eu e a República Carolíngia estamos assim, neste momento. 

Eu sou um Carro Branco e ela é uma Rolling Stone.



Não se preocupe. Quando chegar a hora, não haverá mesmo o que fazer.

Enquanto isso, vai se preparando para engolir a explicação que lhe faça sentir mais inteligente.

Aquela que lhe dá a impressão de ter algum domínio da coisa, mesmo que na verdade a coisa seja uma besta babando ácido sulfúrico pela boca de um quadrúpede sem cabeça.

Interessante (emocionante), foi vê-los no teatro do incêndio negando convictos ao deus, mas invocando a todo momento a presença do céu, em todas as suas cores. As palavras escorrendo como uma torneira que se esqueceu aberta. Porque de tanta água, é como se a torneira nem mais existisse, incapaz de fechar qualquer coisa. E o discurso então já não quer dizer mais nada, é apenas uma poça enorme de palavras se misturando sem sentido no chão.

Restava o olhar, me olhando e implorando por um segundo de Verdade.

Mas a Verdade, é Deus. 
E o diabo são as estatísticas.

Zlatha, aliás Julia Gunthel: 

A flexibilidade que o Pablo pensa que tem, mas não tem.
A não ser, talvez, no bolso, sempre pronto receber
mais CAPILÉ.


O Anjo da História diz:

OUT OF MODEL: got to get you into my life

ou: Out of Renaissance via Refusés Model - A homenagem mais homenageada da história da arte? - A referência mais referida da histór...

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