Já está no caminho da gráfica, com 48 páginas. Segue abaixo uma nota que escrevi quando terminei o trabalho e que também estará no livro:
O ilustrador Angelo Bonito me deu uma força na finalização da arte da capa. |
Nota do autor
Desde criança eu me sentia atraído pela
busca ao animal misterioso. Podiam ser os animais do imaginário, como o Unicórnio,
o Grifo, a Roca, o Marsupilami, o Jeep, o Anhangá, o Pushmi-pullyu ou o
Jaguadarte. Podiam ser as histórias dos naturalistas identificando as espécies
em longas expedições, como contava o Diário da Viagem de Charles Darwin ao
redor do mundo, que li quando tinha 10 anos.
Aos 11, inspirado pelos Cronopios de
Julio Cortázar, comecei a pesquisar, nos meus próprios desenhos, o meu animal
misterioso. Surgiu o Poligato, que continuou chamando assim por quase duas
décadas, até eu desenvolver um programa de conscientização ambiental, nos anos
1990, com a bióloga Andree Vieira.
Ela desenvolvia as atividades com as
escolas e eu criava vídeos, histórias, quadrinhos e ilustrações. Chamávamos
nosso projeto de Super Eco, e resolvi rebatizar meu Poligato assim. Comecei
então a contar a história da busca pelo Super Eco, mas travei em um impasse.
Existia um grande equívoco nesse nome e em eu ter imaginado que o Super Eco era
uma espécie de super-animal, capaz de se adaptar e viver em qualquer
ecossistema. Porque isso seria exatamente o contrário do que a Natureza nos
ensina. Cada espécie é única, com habilidades e qualidades próprias, vivendo em
ambientes específicos. E toda essa rica diversidade, relacionando-se em equilíbrio
dinâmico, é que é a Vida, delicada e preciosa. E a riqueza e o motor da vida é
a diversidade. Essa é uma grande lição, que pode ser lembrada sempre. E eu
havia ignorado isso em minha história e tomado o caminho errado para encontrar
meu animal misterioso.
Os animais são grandes professores. As
plantas, especialmente as árvores, e até as pedras, também são. Desde que
saibamos prestar atenção, sendo alunos esforçados. Eu e os bichos
compartilhamos muitos segredos. Sou grato a eles por isso.
Então, finalmente, depois de mais de
dez anos, retomei a busca pelo animal misterioso. Aproveitei da minha história
e dos desenhos todas as pistas que ainda me guiavam, e saí na trilha do Zu
Kinkajú. Agora nós já sabemos que se trata de uma espécie de mamífero neotropical
da família Procionídea, próximo do Gênero Potos
(Jupará, Quincajú ou Ursinho do Mel) e do Gênero Bassaricyon (Olingo).
Sim, eu sei, no final das contas muito
ainda permanece envolto em mistério. Afinal, o que significa exatamente o fim
desta história e o que aconteceu com a Naná durante os quatorze anos que se
passaram? Mas isso é para responder em outra oportunidade.
Este livro em quadrinhos foi produzido
seguindo três princípios com os quais trabalho há algum tempo: Eco eficiência,
Biofilia e a Pergunta-Chave.
Eco eficiência significa escolher
materiais para fazer o produto, que não poluam e causem o menor impacto
possível ao meio-ambiente.
Biofilia é o amor à vida. A vida é uma
dádiva que contém dentro dela mesma um Amor que a sustenta. Despertar as crianças
de todas as idades, para isso, é algo em que acredito e que me move.
A Pergunta-Chave é: - O que nós
realmente sabemos? – Ao nos fazer essa pergunta, nos tornamos mais cuidadosos e
mais conscientes de nossas limitações. A maioria dos danos, incluindo aqueles
que causamos a nós mesmos, aos outros e ao mundo em que vivemos, é resultado do
nosso excesso de certeza.
E afinal, o que nós realmente sabemos?
Com Amor,
Céu D´Ellia
São Paulo, 14 de Agosto de 2013.
PS: No dia seguinte a ter escrito a nota acima, depois de ter terminado este livro, foi noticiada a descoberta do Olinguito, pelos cientistas do Smithsonian.
PS: No dia seguinte a ter escrito a nota acima, depois de ter terminado este livro, foi noticiada a descoberta do Olinguito, pelos cientistas do Smithsonian.
Vivendo nas Américas Central e do Sul,
este procionídeo, nome científico Bassaricyon
neblina, tem a cabeça maior e mais arredondada, o focinho mais curto, e é
menor que seu parente mais próximo, o Olingo.
Eu realmente sei que esse livro tem uma qualidade que considero excepcional. Vi alguns desenhos do quadrinho na etapa de arte final, achei tão bonitos que fiquei com medo de tocar neles.
ResponderEliminarBoa noite!
ResponderEliminarEstou citando trecho de texto de Céu D´elia, em artigo científico que exige informar ano de nascimento do autor citado. Poderia me informar?
Grata
Clara.
Clara Emilie,
ResponderEliminarA forma correta de grafar é Céu D´Ellia.
Nasceu em 1963.
Marcelo Ortolani, sempre um gentleman.
ResponderEliminarAgradeço as informações.
ResponderEliminarAbraços fraternos,
Clara.
o Zu Kinkajú pode ter deixado de ser um super animal adaptável a todos os ambientes, globalista e irreal demais... mas o procionídeo Zu Olinguito Kinkajú é onívoro, o que já amplia bem o cardápio! Algo de "omni" ele tem...
ResponderEliminarabraço e até amanhã, sp