terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

VERDADE & ILUSÃO






Em 1988
exibi pela primeira vez um curta metragem de 9 minutos de animação experimental, para uma plateia monitorada. No MIS, em São Paulo. 

Nome do filme: ADEUS


Nas entrevistas individuais com a platéia, alguns vedores declararam ter visto sequências que de fato não existiam.
O experimento incluiu utilizar no filme técnicas não-narrativas que mantivessem constante o interesse de quem assistia. Semelhante à hipnose.



Hoje li no blog de Marcos Guterman o seguinte:

Técnica cria falsa memória visual
por Marcos Guterman, Seção: Zeitgeist 00:23:38.

A pesquisadora Elizabeth Loftus, da Universidade da Califórnia, informou no encontro anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência que os psicólogos estão muito próximos de desenvolver um método eficiente de criar falsa memória, mostra a Wired.

Loftus, que há anos estuda o assunto, disse que sua equipe já conseguiu fazer com que voluntários para suas pesquisas acreditassem, por exemplo, que detestavam sorvete de morango, ou que Pluto, o cachorro da Disney, lambeu suas orelhas quando eram crianças.

Uma outra pesquisa, esta desenvolvida para treinamento de militares americanos, examinou a memória em situação de tensão. O teste é simples. Um voluntário passa por interrogatório no estilo de Guantánamo. Em seguida, um oficial entra na cela, exibindo a fotografia de outro homem na mão, e pergunta ao “prisioneiro” se seu interrogador já havia lhe dado algo para comer. O “prisioneiro” é deixado só. Depois de se alimentar, ele é convidado a apontar, entre nove rostos, qual era o do homem que o havia interrogado. O “prisioneiro” aponta o homem da fotografia, e não seu interrogador. Isso aconteceu em 85% dos casos.

Ou seja: as lembranças visuais podem ser manipuladas por sugestão. Além de ser útil para o Exército, a técnica mostra também o quão pouco confiável pode ser a memória, o que põe em dúvida, por exemplo, o testemunho de crimes.

Ter visto algo com seus próprios olhos, portanto, não é garantia de nada.

11 comentários:

  1. Memory?...I don't remember what it is.......

    ResponderEliminar
  2. Oscar,
    Memory is that you put in the butter when you actually do not have even the bread.
    Beijos

    ResponderEliminar
  3. Mas eu juro que vi!Rsrsrs
    Eita, essa coisa de achar que viu e não ter visto dá até calafrios...rs. (e essa estória de olhos de Sampaku também, cara!Hahaha. Agora foi que eu pesquisei no google prá saber mais...)
    Esse assunto me fez lembrar daquela explicação que tem em "Matrix" sobre o Deja Vú. Muito intrigante pensar do que é capaz a nossa cabeça.

    um abraço!

    ResponderEliminar
  4. Olhando bem, desenho animado é sempre ver o que não está lá, já que trata-se de uma ilusão.
    Mas além de tudo existem essas impressões e percepções do que seja a realidade, cheia de brechas para se entender outra coisa além do objeto percebido.
    Um paradoxo é que o "sujeito" nunca poderá dar conta de conhecer completamente o "real" (enquanto "objeto" de conhecimento). Pois se o "real" é tomado como "objeto", exclui o "sujeito". Mas o "sujeito" faz parte do real... E aí a cobra morde o rabo...

    ResponderEliminar
  5. Hum... isso por acaso tem a ver com... semiótica? Fiz uma matéria na faculdade, até ia bem, mas acho que nunca entendi direito...rs.
    Pois é, o desenho animado é uma ilusão, mas a gente sabe que é. O que assusta é quando acontece na vida real, e não na tela, quando a gente acredita que está vendo a realidade.
    Lembrei de outro assunto relacionado a percepção da realidade, que é o que vejo por aí descrito como Uncanny Valley. Te interessas por isso?

    Um abraço!

    ResponderEliminar
  6. Acho que o que não couber dentro da semiótica não existe... ; )
    O que é Uncanny Valley?

    ResponderEliminar
  7. Uma descrição no Blog do Chris Landreth:
    http://www3.nfb.ca/webextension/the-spine/blog/?p=120

    E um artigo um pouco mais extenso:
    http://www.vfxworld.com/?atype=articles&id=3494

    Eu acho bem interessante!

    Abraço!

    ResponderEliminar
  8. Interessante. E faz sentido.
    Mas minha dúvida fica no gráfico ascendente de Simpson para Sr. Incrível, passando pela Branca de Neve. Será que isso é um chute ou realmente está provado que um personagem caricato desenhado a mão tem menos empatia que uma caricatura em CG?

    ResponderEliminar
  9. Ah, as figuras nesse gráfico eu acho que são por conta do Chris Landreth, autor do blog, que trabalha com 3D.
    E mesmo que exista já uma pesquisa, acho difícil "provar" essas coisas. Empatia é uma coisa um tanto quanto subjetiva, não é? Eu penso que [o Uncanny Valley] funciona mais como uma teoria do que como uma prova científica...

    ResponderEliminar
  10. Tem mesmo uns nuances aí.
    Concordo que Expresso Polar, Final Fantasy e afins me dão essa sensação de repulsa e falta de empatia.
    Mas o Gollum do Senhor dos Anéis e Benjamin Button funcionam bem. Talvez porque o estranhamento desses personagens faça parte de seu carisma.

    ResponderEliminar
  11. É..de fato, com relação ao Gollum eu sinto o mesmo. Citaria também a versão "boneco" do Yoda.
    Já com o Benjamin, assisti ao filme sem nem ouvir falar dos efeitos especiais. Tomei um susto dias depois quando soube que era um rosto digital. Talvez eu não pense assim quando assistir de novo, mas na hora eu nem supeitei de nada...E quando a gente não estranha é aí que me dá mais medo! Hahaha.

    ResponderEliminar

O Anjo da História diz:

OUT OF MODEL: got to get you into my life

ou: Out of Renaissance via Refusés Model - A homenagem mais homenageada da história da arte? - A referência mais referida da histór...

Top 10 + Populares