ou: Out of Renaissance via Refusés Model
- A homenagem mais homenageada da história da arte?
- A referência mais referida da história do lay-out?
- A cópia mais copiada da história do plágio?
O que os Fabulosos Freak Brothers, Scarlett Johansson, Pablo Picasso, Laya, Star Wars, Tintin, o elefantinho Babar, Christina Dior, Barbie e a Ópera de Pequim tem em comum?
Vai olhando isso, até o final.
Laya
com O Jardim das Horas
no Edifício Copan, em São Paulo...
(para ver o filme, clique neste link acima)
no Edifício Copan, em São Paulo...
(para ver o filme, clique neste link acima)
Annie Leibovitz com Scarlett Johansson e Keira Knightley... |
... Babar... |
... Danilo Lejardi... |
... Andy Earl e a banda Bow Wow Wow... |
... Betty Boop, Koko, Olivia & Popeye...
´Ulorinvex, |
... Bob Venables... |
... Dior... |
...Monsieur-dame Rabbit, o amigo dos dois, Mr. Eddie Valiant (e provavelmente Srta. Dolores logo atrás), por Tom Sito... |
...e Alain Jacquet... |
... Michel Achard, com Star Wars... |
... Picasso... |
... e mais Picasso... |
... e dá-lhe Picasso... |
... e ainda Picasso... |
... Picasso...Picasso... |
... e Picasso em um livro inteiro... |
... Artificial Happiness... |
... Alex Waterhouse-Hayward... |
... e também a The New Jazz Orchestra... |
... Sharon Hodgson... |
... Jy Corre... |
... Rip Hopkins... |
... Armelle Lesniak... |
... Dubossarsky Vinogradov... |
propaganda...
... Gagatka27... |
... Pan Yue e a Ópera de Pequim... |
... Mario Sorrenti para Yves Saint Laurent... |
... Sophie Berecz com vitral... |
... Mickalene Thomas... |
... 2Fik... |
... John Bradford com Barbie, Action Man e Ken... |
... Sergey Goncharov para Body in Mind... |
... Marcus Kreiss com vídeo instalação... |
... um escultor não identificado... |
... Milo Manara... |
... Ole Ahlberg com Haddock e Tintin... |
... F-Moreeuw... |
... Gabriel Pericas... |
... Herman Braun-Vega... |
... Josh Agle... |
... Tao Feifei... |
... Rick Veitch e Gary Erskine... |
... e Random Scream com performance... |
... Priapo Longoni com interferência... |
... o escultor Seward Johson... |
... Tacita Dean... |
... um fotógrafo não identificado... |
... e outro também... |
... Philip Bond, novamente com Star Wars... |
... Sally Moore... |
... e até mesmo os Fabulosos Freak Brothers... |
... pensam que estão fazendo uma homenagem a Édouard Manet, que pintou Lanchinho no Gramado - Le Déjeuner sur L'Herbe - em 1863.
Mas nããããoooo..... Todos eles estão juntos na fila de uma "inspiração" (chupada?) de um detalhe de O Julgamento de Paris, gravura de Marcantonio Raimondi sobre um desenho de Raphael (Raffaello Sanzio), executada lá por 1510:
o detalhe |
a gravura total, com o lanchinho na grama à direita. E Oscar Grillo??? Sabe ou não o que está fazendo? Le déjeuner sous la Lune |
Assisti a uma palestra recentemente em que a palestrante também cometeu o mesmo erro: mostrou obras que foram inspiradas nesse quadro de Manet sem saber dessa obra anterior, "O Julgamento de Páris". Não a corrigi, não seria educado.
ResponderEliminarMuita gente não sabe disso.
ResponderEliminarPra você ver que ler Iludente faz o leitor crescer saudável e inteligente!
E bem educado, ainda bem...
para mim foi uma grande surpresa... até porque um dos traços típicos do Impressionismo é a pintura out-door, o acabamento às pressas para captar o momento, o espontaneísmo; mas, pensando bem, isso se aplica a Claude Monet, Pissarro e Renoir, mas não aos pontilhistas, como Seurat, e nem a Manet. Manet parece que sofria para desenhar; não é de admirar que tenha se baseado num outro desenho (é estranho, porém, que não tivesse copiado fielmente - o torso da garota e a perna do homem deitado estão com perspectiva diferente, como se ele tivesse pedido para amigos ficarem na posição da gravura antiga).
ResponderEliminarAlém disso, seus outros quadros famosos "Olímpia" e "Fuzilamento de Maximilian" também não são pinturas out-door (Olímpia é de estúdio e o Fuzilamento, mostra um acontecimento que não presenciou e que foi recriado pelos gravuristas de jornal).
"Impressionistas" surge como uma ironia feita por um jornalista, baseado no quadro de Manet "sol nascente, impressões", e foi adotado pelo grupo por de fato descrever bem sua proposta inicial. Depois cada um foi para o seu canto.
Cabe a pergunta: foi realmente impressionista Edouard Manet?...
ops, errei o nome, mas sei quem fez: "sol nascente impressões" é de MONET, CLAUDE MONET. saco...
ResponderEliminarNão acho que o MANET fosse um impressionista e até onde sei não é classificado como tal. Estava mais para um naturalista de pincel solto, querendo deixar pra trás aquela coisa lambida que não se justificava mais com a invenção da fotografia. Estava mais pra DEGAS que pra MONET ou RENOIR.
ResponderEliminarPelo que sei desse quadro, que tem um desejo de retratar a vida boa da belle epoque,da belle vie, o savoir vivre, tinha mais um conceito ideológico, um discurso, do que qualquer outra coisa. Acho que ele copia a pose do desenho de Rafael meio intencionalmente, pra dizer algo. Quem são aquelas figuras ao lado do Julgamento de Paris? São coadjuvantes. Os personagens principais, divas e heróis, são os outros. Então acho que MANET queria fazer uma pintura da gente comum, que vive a vida a margem dos grandes personagens da história, que na época dele, com a nova concepção de história e militarismo nascida com a cobertura jornalística da Guerra da Criméia, revelava-se como hipócritas e canalhas. Parece que MANET quer dizer com sua pintura: Vamos deixar de homenagear esses figurões egocêntricos e brindar à vida das pessoas que comemoram a vida e que são as que realmente importam.
Que que eu tô fazendo aqui? São dez horas e ainda tenho um monte de coisa pra organizar pro lançamento do livro hoje a tarde. Apareça, Jonas!
Agora, um dos mais prováveis motivos da invocação de personagens periféricos do Julgamento de Paris, é a questão JULGAMENTO DA BELEZA.
ResponderEliminarO mito que De Sanzio retratou no seu desenho é o concurso de beleza que deu origem à Guerra de Tróia. A grande questão para os pintores da época de Manet eram os salões de arte e os julgamentos de quem era digno ou não de entrar na mostra. Há portanto uma crítica à subjetividade e aos interesses pessoais e políticos que envolviam esses julgamentos. E talvez um certo deboche sobre a estupidez narcísica que eram esses julgamentos.
Então Manet sai de banda e fica na periferia, junto com o Joie de Vivre, pintando pelo prazer de pintar, como quem curte um piquenique e uma nudez descompromissada no bosque. Mas olha para o espectador, através da moça, desnudando quem olha e dizendo: Estou te vendo, sei o que está pensando, que está julgando (em todos os sentidos) e não me importo.