Em 1988 exibi pela primeira vez um curta metragem de 9 minutos de animação experimental, para uma plateia monitorada. No MIS, em São Paulo.
Nome do filme: ADEUS
Nas entrevistas individuais com a platéia, alguns vedores declararam ter visto sequências que de fato não existiam.
O experimento incluiu utilizar no filme técnicas não-narrativas que mantivessem constante o interesse de quem assistia. Semelhante à hipnose.
Hoje li no blog de Marcos Guterman o seguinte:
Técnica cria falsa memória visual
por Marcos Guterman, Seção: Zeitgeist 00:23:38.
A pesquisadora Elizabeth Loftus, da Universidade da Califórnia, informou no encontro anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência que os psicólogos estão muito próximos de desenvolver um método eficiente de criar falsa memória, mostra a Wired.
Loftus, que há anos estuda o assunto, disse que sua equipe já conseguiu fazer com que voluntários para suas pesquisas acreditassem, por exemplo, que detestavam sorvete de morango, ou que Pluto, o cachorro da Disney, lambeu suas orelhas quando eram crianças.
Uma outra pesquisa, esta desenvolvida para treinamento de militares americanos, examinou a memória em situação de tensão. O teste é simples. Um voluntário passa por interrogatório no estilo de Guantánamo. Em seguida, um oficial entra na cela, exibindo a fotografia de outro homem na mão, e pergunta ao “prisioneiro” se seu interrogador já havia lhe dado algo para comer. O “prisioneiro” é deixado só. Depois de se alimentar, ele é convidado a apontar, entre nove rostos, qual era o do homem que o havia interrogado. O “prisioneiro” aponta o homem da fotografia, e não seu interrogador. Isso aconteceu em 85% dos casos.
Ou seja: as lembranças visuais podem ser manipuladas por sugestão. Além de ser útil para o Exército, a técnica mostra também o quão pouco confiável pode ser a memória, o que põe em dúvida, por exemplo, o testemunho de crimes.
Ter visto algo com seus próprios olhos, portanto, não é garantia de nada.